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sexta-feira, 28 de junho de 2013

AMADO, Jorge; Capitães da Areia

CAPITÃES DA AREIA é um romance de autoria do escritor brasileiro, Jorge Amado, publicado em 1937. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado na cidade de Salvador dos anos 30. O contexto literário desta obra chama-se genericamente Modernismo (ou movimento modernista) que é o conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitetura, design, pintura, escultura, teatro e a música modernas. O movimento moderno baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a ideia de reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o Modernismo argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e eminentes, e que as pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo. Desde o lançamento deste emocionante romance, em 1937, CAPITÃES DA AREIA causou escândalo e inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a obra não perdeu o viço e nem a atualidade, pelo contrário a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Zélia Gatai afirma que " A temática das crianças que vivem nas ruas continua bastante atual. Para escrever CAPITÃES DA AREIA, Jorge Amado foi dormir no trapiche com os meninos. Isso ajudar a explicar a riqueza de detalhes, olhar de dentro e a empatia que estão presentes na história." Verdadeiro romance de formação, com uma narrativa lírica o livro nos torna íntimos das personagens, cada uma com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente da sua prosa poética, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade. " A liberdade é como o sol: o bem maior do mundo." Uma obra-prima da literatura brasileira que desperta o sentimento de justiça no leitor "- A greve é a festa dos pobres. Os pobres é tudo companheiro, companheiro da gente."