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sexta-feira, 22 de março de 2013

Geração nhem, nhem, nhem!

Os tempos mudam, as pessoas mudam é um processo natural da vida. Por volta dos anos 80 os adolescentes eram mais serenos. Digo isto porque sou professora de Português do Ensino Fundamental II e percebo quão eu era diferente desta geração que tem sempre uma resposta pronta na ponta da língua e que pode te deixar sem palavras... Os adolescentes de hoje estão mais confiantes, sabem se expressar mesmo que não entendam bem o contexto, o que só se aprende com o tempo, mas eles não se interessam pelo futuro, o que importa para eles é o presente, é mostrarem o que sabem mesmo sem saberem. Fui uma adolescente que valorizava o idoso, o professor, o mais velho, os pais e vejo que a geração atual não pensa assim, ela só quer saber em argumentar e ter razão, não respeitam a opinião dos mais velhos. Vivemos em tempos de um mundo que cresce, que esquenta, que polui, que desperdiça, fala muito e pouco se faz, então, creio que muitas vezes o silêncio é o caminho mais adequado para o autoconhecimento, para a autoevolução, para o amor ao próximo, como nosso Mestre, Jesus Cristo, nos ensinou. A Vida é mais que pessoas falando sem se entenderem, a busca pelo bem-estar de todos é o motivo para estarmos aqui. Dani ))

1999 (Por Samuel M. Galvão)

Vivia-se até 99. Hoje, já faz mais de dez anos que chove óleo e ácido. Propaga-se pelo mundo o discurso industrial pós-moderno da individualidade, da impotência e da inutilidade. Vêm-se em toda parte injustiça, iniqüidade e impunidade. Procuram desesperadamente se afirmar como geração merecedora de seu lugar na história, mas conformam-se com futuros de plástico. Não reagem, cegos, surdos e mudos, apenas trabalham. Convencidos pela TV de que um dia serão musas de novela, craques do futebol ou milionários, mas não vão. Soltos no turbilhão de uma história que gira e gira e gira cada vez mais rápido, sem espaço para sentir o tempo, sem tempo para sentir o espaço. Você acorda de um sono curto e sem sonhos que mais cansa do que descansa. Toma um café amargo e azedo, de ontem e vai. De cabeça baixa, com as pernas fracas, os braços doídos e os olhos pesados, mas vai. Para a linha de montagem, montar máquinas e desmontar a vida. Você é, todos os dias, oito horas por dia ou mais se puder, um você sem eu, um você sem pulso, insensível, iludido e indeterminado. E quando descobrirão a verdade? Ninguém sabe… Ninguém quer saber… Ninguém pode fazer nada, dizem, ninguém quer fazer nada, aceitam. A gente nem sabe realmente o que faz e porque não faz… reflexão, revolução, reparação. A gente nem tenta saber, a gente não quer. A gente se acostuma… mas não deveria.